[Resenha] A Menina Submersa: Memórias - Caitlín R. Kiernan

 
Sinopse: A Menina Submersa: Memórias é um verdadeiro conto de fadas, uma história de fantasmas habitada por sereias e licantropos. Mas antes de tudo uma grande história de amor construída como um quebra-cabeça pós-moderno, uma viagem através do labirinto de uma crescente doença mental. Um romance repleto de camadas, mitos e mistério, beleza e horror, em um fluxo de arquétipos que desafiam a primazia do “real” sobre o “verdadeiro” e resultam em uma das mais poderosas fantasias dark dos últimos anos. Considerado uma “obra-prima do terror” da nova geração, o romance é repleto de elementos de realismo mágico e foi indicado a mais de cinco prêmios de literatura fantástica, e vencedor do importante Bram Stoker Awards 2013.

Gente, antes de falar sobre esse livro, preciso admitir que ele é meu xodó. Foi o primeiro livro da Editora Darkside que eu comprei e minha primeira edição especial também. Fiquei impressionada com o quão bonito ele era: capa dura (com relevo!), colorido do lado, fitinha para marcar a página e ilustrações por dentro. Ainda é um dos livros mais bonitos da minha estante e eu ainda me pego passando a mão na capa dele completamente maravilhada. Parece um livro que você vê em filmes. Ele é meu neném e eu tenho pouquíssimas fotos dele porque tenho ciúmes. De um livro. Que nem fui eu que escrevi (também tenho ciúmes dos livros que estou escrevendo e dos meus personagens).
A história é narrada em primeira pessoa por India Morgan Phelps, Imp para os íntimos, que conheceu uma mesma mulher duas vezes. Uma vez em que ela era uma sereia e uma vez, um lobo. Essa mulher, Eva Canning, vira a vida de Imp do avesso e faz com que ela perca o controle de quem era e é.
O livro é um livro dentro de um livro. Tudo o que lemos é "escrito" por Imp dentro da história, enquanto ela tenta exorcizar seus fantasmas e colocar as memórias no lugar por meio da escrita. Lembram que eu disse o quão importante era escrever? Bom, nessa história, a escrita e a pintura são pontos centrais. Principalmente, essa pintura aqui.
Uma coisa que fez com que eu me apaixonasse pelo livro, além da beleza exterior dele, foram seus personagens. Imp, Eva e Abalyn são mulheres fortes, mas que não são perfeitas. Elas tem fraquezas como todo mundo e tentam lidar com isso da melhor forma que podem (apesar de Abalyn lidar melhor que as outras duas). Cada uma delas tem suas peculiaridades, medos e loucuras. São personalidades muito diferentes entre si.
Outra coisa que é maravilhosa em A Menina Submersa: Vários fatos, lugares, pessoas e obras citados são reais. Não sei se todos são, mas os que eu pesquisei eram. Se eu não soubesse que era ficção, podia ter acreditado que o livro era um diário (ou equivalente) de uma pessoa real.
Como nem tudo são flores, duas coisas me incomodaram um pouco nesse livro:
1. Como ele é narrado em primeira pessoa e a Imp perde o controle de si mesma em determinado momento, a narração fica completamente sem sentido e fantasiosa.
2. As libélulas. Não entendi qual a ligação da libélula com a história no geral.
Gosto de coisas lineares e conexas (não gostei de Donnie Darko ou 2001), por isso, esses dois detalhes me incomodaram bastante. A capa é apenas um detalhe externo e a parte desconexa da história realmente precisava estar lá. Ela é importante para entender um pouco mais a mente de Imp.
No geral, eu amo essa história e indico para todo mundo. Ela é simples, cotidiana e intrigante. Além de te deixar pensando sobre ela depois, nada como uma história que domina seus pensamentos por um tempo.

Formatação e Estrutura

Vi várias pessoas reclamando da formatação desse livro e do português. Não sei se foi porque eu estava completamente imersa na história, mas não vi nada que pudesse me incomodar e, veja bem, sou muito chata com essas coisas.
Como eu já disse, o livro é lindo por fora e por dentro. As folhas são mais grossas e amareladas. A fitinha não desfiou até hoje (já faz quase dois anos que tenho o livro e estou sempre com ele nas mãos). Por dentro a formatação é bem agradável e a fonte tem um tamanho mediano que eu, detentora de miopia e astigmatismo, não tive problemas para ler sem óculos.
Título Original: The Drowning Girl: a memoir
 Autor: Caitlín R. Kiernan
Editora: Darkside Books
Páginas: 317
Saiba mais: Skoob | Darkside
Você já leu esse livro? Se sim, entendeu qual é a coisa com a libélula da capa? Se não, leria? Qual é o livro mais bonito que você tem ou leu? Comenta aqui! 😉